No tocante à safra de grãos do Brasil, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola
(LSPA) aponta um prognóstico de queda de 6,0%, totalizando 296,4 milhões de toneladas em
2024. A área a ser colhida foi de 78,6 milhões de hectares, apresentando aumento de 736.017
hectares frente à área colhida em 2023, crescimento de 0,9%.
“A safra 2024 apresentou uma série de dificuldades desde a sua implantação. Houve falta
de chuvas para a produção de soja e milho, e depois excesso de chuvas, culminando com as
enchentes do Rio Grande do Sul. Tudo isso afetou a safra desse ano. É uma safra 6% menor do
que a do ano passado, o que representa 19 milhões de toneladas a menos. Para esse mês, três
culturas influenciaram nessa redução. O milho de primeira safra caiu 1,6%, o milho de segunda
reduziu caiu 0,6%; e trigo, uma cultura que está no campo nesse momento, diminuiu 5,4%, o que
representa 511 mil toneladas a menos”, analisa Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do
IBGE.
Segundo Carlos Barradas, gerente do LSPA, o resultado da safra 2024 é uma combinação
de preços baixos das comodities agrícolas, alterações climáticas com secas em alguns estados
produtores e excesso de chuvas em outros. Essas alterações no clima têm surpreendido até as
previsões dos órgãos competentes, o que traz preocupações adicionais aos produtores, uma vez
que aumenta sua insegurança. “Para fechar a safra 2024 falta, praticamente, colher a safra de
inverno: trigo, aveia e cevada. Este mês estamos iniciando o plantio da safra de verão e está
faltando chuva, que tem de chegar até meados de outubro para o produtor poder plantar e ter
uma boa janela de produção. Nosso primeiro prognóstico para 2025 será em novembro”, observa
o gerente do LSPA.