Segundo o Instituto, a seca no Piauí reduziu a estimativa da produção para 2025. Os dados foram informados pelo IBGE nesta quinta-feira (15). Ainda em abril, a Aprosoja Piauí já havia revelado que a falta de chuvas acarretaria perda na safra em até 25%.
As previsões da Aprosoja Piauí, reveladas ainda em março, sobre os impactos climáticos na produção agrícola do estado, foram confirmadas pelo levantamento mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados do IBGE revelam redução de 823 mil toneladas na estimativa de grãos. Soja, milho e sorgo foram as culturas mais afetadas pela estiagem. A soja, maior cultura agrícola do Piauí, que responde por mais de 80% do PIB do estado, sofreu queda de 12%.
“Esse é uma previsão nós fizemos em março. Alertando as autoridades, alertando a sociedade para estas perdas e agora os números oficiais do IBGE e da Conab estão confirmando. Acreditamos que vai aumentar com os próximos levantamentos, ficando entre 20% e 25% no final do ciclo de levantamentos dos órgãos oficiais como o IBGE e a Conab”, afirma Rafael Maschio, diretor-executivo da Aprosoja Piauí.
A soja teve a estimativa de produção reduzida de 4 milhões de toneladas em janeiro para 3,5 milhões de toneladas em abril de 2025. A retração de 12,09% representa uma perda de quase 490 mil toneladas. A queda reforça os alertas feitos pela Aprosoja Piauí desde o início do ano, com base nos relatos de campo de produtores que enfrentaram longos períodos de estiagem e instabilidade climática durante a fase de desenvolvimento da cultura.
Milho: falta de chuvas provoca perda total em algumas regiões
A produção de milho também foi severamente afetada. A nova estimativa aponta para 1,9 milhão de toneladas, ante 2,1 milhões em janeiro, uma redução de 9,99% (cerca de 211 mil toneladas. Em algumas áreas, a perda foi total, especialmente entre pequenos produtores que não dispõem de irrigação.
Rafael Maschio lembra que alguns produtores terão que recorrer a medidas renegociação para a recuperação do prejuízo, pois em alguns casos não será possível bancar nem nos custos da produção.
Sorgo tem maior queda percentual: quase 50% de retração
No caso do sorgo, a redução foi ainda mais drástica: de 121,9 mil toneladas para 65,4 mil toneladas, uma queda de 46,34%, a maior entre as culturas analisadas. A cultura, usada como alternativa alimentar e principalmente forrageira, sofreu com a irregularidade climática no cerrado piauiense.
As alterações de produtividade com mudanças climáticas estão na perspectiva de trabalho dos produtores.
“Via de regra a agricultura tem esses ciclos. Temos anos mais próximos à média, mais secos, mais úmidos”, explica Rafael. A expectativa é sempre que nos anos seguintes, com condições melhores, o produtor possa ter uma recuperação.
Produção total de grãos cai pelo segundo ano consecutivo
Com a nova estimativa de abril, o volume total de grãos esperado para o Piauí em 2025 caiu para 5,76 milhões de toneladas, uma retração de 12,52% em relação à previsão de janeiro. Quando comparado ao total efetivamente colhido em 2024, a queda é de 0,61% (35,5 mil toneladas a menos) marcando o segundo ano consecutivo de redução na produção do Piauí.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2025 no Brasil é de 328,4 milhões de toneladas, um aumento de 12,2% em relação a 2024
